Falta de tempo!

A falta de tempo é algo que incomoda muita gente. A verdade é que, hoje em dia, queixamo-nos de que o tempo não dá para nada e que passamos a maior parte do dia sempre a correr. Chegamos ao fim do dia esgotados. Uns dias, temos a nítida sensação de que tudo o que podia ter corrido mal, de facto, correu! Às vezes, ficamos com a impressão que as coisas até correram bem! Mas, seja qual for a situação, o tempo escasseia sempre e verificamos que ainda deixámos tarefas e obrigações por cumprir e que, mais uma vez, ficámos sem tempo ou sem disposição para aquilo que mais gostamos de fazer! Uma situação indesejável e que, muitas vezes, não depende, apenas, de nós uma mudança de atitude para melhorar. Então, queixamo-nos, lamentamo-nos, lastimamo-nos e choramos!

Actividades de prazer!

A solução é aceitar que a vida também é feita de situações indesejáveis e procurarmos algo agradável para fazer. Ocupações, às quais nos entregaremos de livre vontade, seja para repousar, seja para nos divertirmos, recrearmo-nos e entretermo-nos, ou ainda para desenvolver a nossa informação e formação de uma forma desinteressada, a nossa participação social voluntária ou a nossa livre capacidade criadora depois de nos desembaraçarmos das obrigações profissionais, familiares e sociais.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Inquietação


E depois do Adeus
Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Esta canção serviu de senha de início da revolução de 25 de Abril de 1974
Estes são os primeiros nove versos de uma canção de Paulo de Carvalho, que serviu de senha no início da revolução de 25 de Abril de 1974.
Também foi vencedora do festival da canção de 1974.
A música é de José Calvário e a letra, de José Niza.
Eis o mote que encontrei, nestes versos, para vos dar a conhecer a minha revolta e a minha dor. Ao fim de 25 anos de serviço ser professor é sinónimo de…
Desmotivação que a todos afeta.
Angústia profissional indisfarçável
Revolta pelas constantes e inúmeras reformas e medidas
Mágoa pelas alterações das sociedades
Impotência pela dificuldade em controlar os alunos
Tristeza pelo não relacionamento com os pais e os encarregados de educação
Frustração por não se conseguir trabalhar num clima propício à aprendizagem
Decepção por lidar com pessoas que esqueceram a educação
Desilusão por nos obrigarem a tolerar atrocidades e barbáries, num festival de palavrões, conversas e atitudes descabidas, indevidas, intolerantes e inaceitáveis dos nossos alunos
Estrangulação porque uma palavra ou uma atitude nossa pode ser avaliada, julgada, atiçada e atirada contra nós de uma forma imperdoável.
Nódoa porque as palavras do lado de lá nunca são ditas para nos ferir, mas qualquer uma que saia de nós atinge e magoa o lado de lá!
Às vezes tenho a impressão de que somos profissionais em extinção mas que vamos ser recordados com muita admiração!



TENHO UMA PERGUNTA


Amizade do latim «amicus».
«Amicus» que deriva de amore.
Amore é amar!
Amar um ser humano,
Humano que desejamos conhecer.
Conhecer… quem?
Os nossos filhos, o nosso pai, a nossa mãe e as nossas irmãs!
Irmãs que também podem ser as nossas melhores amigas.
Aquelas a quem nós confiamos os nossos segredos
Com quem partilhamos interesses e desinteresses
E vivemos alguns momentos em conjunto
De conciliação e de reconciliação
De alegrias e tristezas
Na esperança de sermos aceites
Da forma como realmente somos!
Há sempre mais alguém
Que cruza o nosso caminho
E que nos deixa felizes
Por querer caminhar, ao nosso lado
E que nos faz estalar o coração.
Que nos dá um brilho maior
Que não quer apenas um tempo de férias
Nem apenas um dia ou uma hora bem divertida
Que acredita em nós
Que nos chama, só, para nos dar um beijinho
Que nos ensina o que sabe de bom
Que tem tempo para nós
E que fica connosco quando não estamos bem.
Que nos faz sorrir nos momentos mais dolorosos
Aquele que nos julga, estejamos certas ou erradas.
Mas que nunca nos abandona.
Jamais nos exclui.
Aceita e compreende os nossos erros.
Que nos faz sentir que não existe apenas o «EU»
Será isto a Amizade?
Será, tudo isto, Amar?

Foi a Paula Ramos que escreveu e que perguntou.